A indústria é essencial para o crescimento econômico. O segmento é o que tem o maior efeito multiplicador sobre a economia como um todo, o que o torna um importante motor do crescimento. A cada R$ 1,00 produzido na indústria são gerados R$ 2,32 na economia brasileira.
É importante o desenho de políticas industriais, de inovação e de comércio exterior integradas que eliminem obstáculos e promovam o crescimento da indústria, estimulem a inovação, a integração com o mercado internacional, o aproveitamento de vantagens competitivas, o desenvolvimento de novas competências e a produção de bens de maior conteúdo tecnológico.
COMPETITIVIDADE
A indústria brasileira vem perdendo competitividade no mercado internacional. A participação do Brasil nas exportações mundiais de manufaturados caiu de 0,82%, em 2005, para 0,58% em 2015.
PARTICIPAÇÃO DO BRASIL NAS EXPORTAÇÕES MUNDIAIS DE PRODUTOS MANUFATURADOS (%)
POLÍTICA INDUSTRIAL E DE INOVAÇÃO
Uma política industrial e de inovação consistente é fundamental para que a indústria alcance um novo patamar de competitividade
A indústria passa por profundas transformações, comumente referidas como a quarta revolução industrial, Indústria 4.0 ou digitalização. Em meio às transformações, abrem-se desafios e oportunidades para empresas industriais brasileiras.
Os desafios são: transição para a Indústria 4.0; desenvolvimento da Internet das Coisas; modernização do parque industrial; maior produção de bens de alta intensidade tecnológica; e aumento da inovação.
A inovação é o motor dos ganhos de produtividade no longo prazo. Depois de corrigidas as ineficiências sistêmicas, apenas com base na inovação, tanto de produto como de processo, a produtividade pode crescer indefinidamente. O investimento em inovação gera benefícios para toda a economia, mas os custos e riscos inerentes à atividade inovadora recaem apenas sobre a empresa que investe em P,D&I. Por isso, é necessário criar um ambiente regulatório que estimule a inovação, um sistema de apoio tecnológico e linhas de financiamento adequadas.
POLÍTICA DE COMÉRCIO EXTERIOR
Uma maior integração internacional contribui para elevar a competitividade da indústria brasileira e fortalecer a posição do país no comércio internacional
O comércio exterior possibilita o aumento da escala de produção, a aquisição de conhecimento e o aproveitamento de ganhos com especialização em etapas das cadeias globais de valor. O ambiente do mercado internacional estimula a busca pela competitividade e pela inovação. Empresas internacionalizadas inovam mais, pagam melhores salários e geram divisas para o país.
As políticas industriais implementadas no Brasil nos últimos anos estiveram desvinculadas das políticas de comércio exterior, o que prejudicou o desempenho da indústria nesta área. O coeficiente de exportação – que mede a importância do mercado externo para a produção doméstica – caiu de 19,1% para 15,7% entre 2006 e 2016, ambos a preços de 2007 (CNI, 2017e).
O Brasil precisa ampliar o acesso de seus produtos ao mercado internacional. Para isso, é importante intensificar as negociações para a celebração de acordos comerciais e de investimento e ampliar os esforços para eliminar barreiras às exportações e investimentos brasileiros no exterior. Paralelamente, é necessário facilitar e desburocratizar o comércio exterior, promovendo reformas nos processos aduaneiros e simplificando as normas legais e administrativas.
Para melhor aproveitamento das oportunidades derivadas da maior integração internacional, é preciso estimular os investimentos brasileiros no exterior e investimentos estrangeiros no Brasil. O aumento do investimento promoverá o crescimento da indústria e maior absorção de novos conhecimentos, essenciais para a inovação.
À medida que o país aumenta sua integração à economia mundial, faz-se necessário aprimorar a política de defesa comercial, para combater práticas desleais de comércio.
COEFICIENTE DE EXPORTAÇÃO DA INDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO
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